PROPOSTA DE COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA PARA A
E.M.E.F. ARMANDO DE ANDRADE
Tatiana Fernandes de Camargo
“... creio que o
Professor Coordenador Pedagógico seja o profissional que atuando
democraticamente (e internamente), leve o professor à reflexão da sua prática,
gerando assim, questões para o debate constante a que podemos chamar de
formação continuada docente”.
Fátima Reis
I –
JUSTIFICATIVA
Possuo dois cargos efetivos na Prefeitura de Taboão
da Serra, como PI e PIII, iniciando na E.M.E.F. “Armando de Andrade” desde
2000.
Como já leciono há doze anos nesta Unidade Escolar,
tenho pleno conhecimento de sua realidade, bem como da comunidade na qual ela
está inserida.
Esta realidade foi levada em consideração na
realização do trabalho pedagógico que venho desenvolvendo desde 2005.
A comunidade em questão é bastante carente, tanto
financeiro quanto culturalmente. Grande parcela dos pais de nossos alunos não
incentiva seus filhos na aprendizagem, não os estimulando na leitura e escrita,
além de não verificarem as lições realizadas pelos mesmos.
Quando a escola realiza algum evento, a participação
da comunidade é muito grande. Porém, quando é chamada a participar efetivamente
do andamento escolar, em Reunião de Pais e APM, por exemplo, a presença é
relativamente baixa.
Outro fator apresentado nesta comunidade é a
violência aflorada, que acarreta atitudes agressivas na escola por parte dos
alunos.
Verificando esta realidade e levando em consideração
as atividades citadas anteriormente, desenvolvi algumas ações enquanto
Coordenadora Pedagógica, tais como:
- Conscientização da comunidade, para que ela
perceba a importância da escola e a necessidade de participar ativamente de seu
processo diário;
- Incentivo à participação de toda comunidade
escolar na elaboração e execução de projetos, voltados para as necessidades dos
educandos, através de um trabalho no qual se possa estar sempre
agindo-refletindo-agindo;
- Desenvolvimento de um projeto com a finalidade de
despertar nos alunos a consciência da importância da conservação do patrimônio
público e do respeito aos funcionários e colegas;
- Desenvolvimento do Projeto “Identidade”, com o
intuito de o aluno conhecer sua história de vida e perceber-se enquanto cidadão
importante à sociedade;
- Auxílio na viabilização dos projetos da SEDUC,
como o Programa de Interação Família-Escola, GAP, Mais Educação, entre outros;
- Organização de palestras, assessorias, eventos,
excursões pedagógicas, entre outros.
Estas e outras ações tiveram um efeito bastante
positivo em nossa realidade escolar e na comunidade na qual está inserida. A
taxa de retenção e evasão da escola apresenta-se bastante reduzida, e questões
de violência e indisciplina amenizaram sobremaneira. A escola também apresentou
índices satisfatórios na “Prova Brasil” em relação a Taboão da Serra.
Enfim, gostaria de permanecer na função para dar
continuidade ao trabalho que desenvolvo e para propor novas ações, ouvindo a
opinião de todas as pessoas envolvidas no processo escolar, e sempre buscando a
integração escola-comunidade.
II – CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Acredito em uma concepção construtivista
da aprendizagem, em que o aluno passa a participar ativamente do próprio
aprendizado, mediante a experimentação, pesquisa, trabalho em grupo, o estímulo
ao desafio, desenvolvimento do raciocínio e a busca constante de
aperfeiçoamento.
O construtivismo dá importância ao erro,
não como um tropeço, mas uma forma de melhorar a aprendizagem. Além disso,
desenvolve a cidadania, porque dá ao aluno a oportunidade de discutir situações
de todos os segmentos sociais, apresentar sugestões, contestar e aceitar
conscientemente.
O aluno é sujeito de sua própria
aprendizagem, atuando de modo inteligente em busca de compreensão do mundo que
o rodeia.
"A concepção construtivista da
aprendizagem e do ensino parte do fato óbvio de que a escola torna acessível
aos alunos aspectos da cultura que são fundamentais para seu desenvolvimento
pessoal, e não só no âmbito cognitivo; a educação é o motor para o
desenvolvimento, considerado globalmente, e isso também supõe incluir as
capacidades de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relação interpessoal
e motora. Ela também parte de um consenso já bastante arraigado em relação ao
caráter ativo da aprendizagem, o que leva a aceitar que esta é fruto de uma
construção pessoal, mas na qual não intervem apenas o sujeito que aprende; os
outros significativos, os agentes culturais, são peças imprescindíveis para
essa construção pessoal". (MARTIN et al, 1999:19)
III – OBJETIVOS:
- Participar e assessorar o processo de elaboração do Projeto Escolar;
- Participar da execução do Projeto Escolar, juntamente com a equipe
escolar e o Conselho de Escola, coordenando e avaliando as propostas
pedagógicas surgidas; participando da definição de propostas de articulação das
diferentes áreas do conhecimento, visando a superação da fragmentação;
garantindo a continuidade do processo de construção do conhecimento;
estimulando, articulando e avaliando junto com a equipe docente o processo
contínuo de avaliação, nas diferentes atividades e componentes curriculares;
- Identificar, junto com a Equipe Escolar, casos de educandos que
apresentem necessidades de atendimento diferenciado, orientando decisões que
proporcionem encaminhamentos adequados;
- Participar, juntamente com a Equipe Escolar e o Conselho de Escola, da
proposição, definição e elaboração de propostas para o processo de formação
permanente, assumindo os encaminhamentos de sua competência;
- Garantir os registros do processo pedagógico; além de executar outras
atividades correlatas.
Todas estas atividades devem sempre levar em consideração,
prioritariamente, os educandos, pois eles são a razão maior de nosso trabalho.
IV – METAS PREVISTAS:
- Fazer com que os
professores reflitam e coloquem em prática, em sua ação pedagógica, a concepção
construtivista da aprendizagem;
- Levar os professores a
interiorizarem e utilizarem o quadro de habilidades na elaboração de suas
atividades diárias.
V – AÇÕES A DESENCADEAR:
- Trabalhar com pauta discutida e elaborada
coletivamente de acordo com as demandas, destinando tempo para que as pessoas
possam refletir sobre o fazer pedagógico, legislação, novas concepções
pedagógicas, buscando soluções e aprimoramento do trabalho coletivo;
- Enfatizar o trabalho coletivo através de dinâmicas
de grupos e textos atuais;
- Utilizar os materiais e recursos pedagógicos, para
que todos tenham conhecimento e acesso ao acervo existente no equipamento;
- Propor estratégias diversificadas através de troca
de experiência entre os docentes para que possam estabelecer momentos para o
fluxo de ações, fortalecendo a qualidade de ensino e de aprendizagem
metodológica;
- Trabalhar com atividades diversificadas em que
tanto ensinante quanto aprendente possam superar currículos ultrapassados; possam
superar metodologias em que o aluno é sempre o aprendente e o professor é
sempre ensinante; possam entender que alfabetização, letramento e leitura do
mundo estão vinculados com as necessidades sociais e comunitárias da
atualidade.
VI – AVALIAÇÃO:
- Registro das reuniões de HTCPs, citando o material
utilizado e as discussões referentes aos temas desenvolvidos;
- Avaliação dos HTCPs a ser realizada pelos professores.
VII –
BIBLIOGRAFIA
AZENHA. Maria da Graça. Construtivismo:de Piaget a Maria Ferreiro.
São Paulo: Ática, 1.998.CARRETEIRO, Mario. Construtivismo e Educação. Porto Alegre: Artmed, 1.997.
MANI, Jiron. Construtivismo. São Paulo: Moderna, 1.998.
MARTIN, Elena; MAURA, Teresa; MIRAS, Mariana; ONRUBIA, Javier; SOLE, Isabel; ZABALA, Antoni; COLL, César. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1.999.
ROSA, Sanny S. da. Construtivismo e mudança. São Paulo: Cortez, 1.997.
SEBER, Maria da Gloria. Psicologia do Pré-escolar: Uma visão construtivista. São Paulo: Moderna, 1.997.
VYGOTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. São Paulo: Ícone, 1.998.
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