segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PROJETO DE COORDENAÇÃO


PROPOSTA DE COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA PARA A E.M.E.F. ARMANDO DE ANDRADE

Tatiana Fernandes de Camargo

“... creio que o Professor Coordenador Pedagógico seja o profissional que atuando democraticamente (e internamente), leve o professor à reflexão da sua prática, gerando assim, questões para o debate constante a que podemos chamar de formação continuada docente”.
Fátima Reis


I – JUSTIFICATIVA

Possuo dois cargos efetivos na Prefeitura de Taboão da Serra, como PI e PIII, iniciando na E.M.E.F. “Armando de Andrade” desde 2000.
Como já leciono há doze anos nesta Unidade Escolar, tenho pleno conhecimento de sua realidade, bem como da comunidade na qual ela está inserida.
Esta realidade foi levada em consideração na realização do trabalho pedagógico que venho desenvolvendo desde 2005.
A comunidade em questão é bastante carente, tanto financeiro quanto culturalmente. Grande parcela dos pais de nossos alunos não incentiva seus filhos na aprendizagem, não os estimulando na leitura e escrita, além de não verificarem as lições realizadas pelos mesmos.
Quando a escola realiza algum evento, a participação da comunidade é muito grande. Porém, quando é chamada a participar efetivamente do andamento escolar, em Reunião de Pais e APM, por exemplo, a presença é relativamente baixa.
Outro fator apresentado nesta comunidade é a violência aflorada, que acarreta atitudes agressivas na escola por parte dos alunos.
Verificando esta realidade e levando em consideração as atividades citadas anteriormente, desenvolvi algumas ações enquanto Coordenadora Pedagógica, tais como:
- Conscientização da comunidade, para que ela perceba a importância da escola e a necessidade de participar ativamente de seu processo diário;
- Incentivo à participação de toda comunidade escolar na elaboração e execução de projetos, voltados para as necessidades dos educandos, através de um trabalho no qual se possa estar sempre agindo-refletindo-agindo;
- Desenvolvimento de um projeto com a finalidade de despertar nos alunos a consciência da importância da conservação do patrimônio público e do respeito aos funcionários e colegas;
- Desenvolvimento do Projeto “Identidade”, com o intuito de o aluno conhecer sua história de vida e perceber-se enquanto cidadão importante à sociedade;
- Auxílio na viabilização dos projetos da SEDUC, como o Programa de Interação Família-Escola, GAP, Mais Educação, entre outros;
- Organização de palestras, assessorias, eventos, excursões pedagógicas, entre outros.
Estas e outras ações tiveram um efeito bastante positivo em nossa realidade escolar e na comunidade na qual está inserida. A taxa de retenção e evasão da escola apresenta-se bastante reduzida, e questões de violência e indisciplina amenizaram sobremaneira. A escola também apresentou índices satisfatórios na “Prova Brasil” em relação a Taboão da Serra.
Enfim, gostaria de permanecer na função para dar continuidade ao trabalho que desenvolvo e para propor novas ações, ouvindo a opinião de todas as pessoas envolvidas no processo escolar, e sempre buscando a integração escola-comunidade. 

II – CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Acredito em uma concepção construtivista da aprendizagem, em que o aluno passa a participar ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, pesquisa, trabalho em grupo, o estímulo ao desafio, desenvolvimento do raciocínio e a busca constante de aperfeiçoamento.
O construtivismo dá importância ao erro, não como um tropeço, mas uma forma de melhorar a aprendizagem. Além disso, desenvolve a cidadania, porque dá ao aluno a oportunidade de discutir situações de todos os segmentos sociais, apresentar sugestões, contestar e aceitar conscientemente.
O aluno é sujeito de sua própria aprendizagem, atuando de modo inteligente em busca de compreensão do mundo que o rodeia.
"A concepção construtivista da aprendizagem e do ensino parte do fato óbvio de que a escola torna acessível aos alunos aspectos da cultura que são fundamentais para seu desenvolvimento pessoal, e não só no âmbito cognitivo; a educação é o motor para o desenvolvimento, considerado globalmente, e isso também supõe incluir as capacidades de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relação interpessoal e motora. Ela também parte de um consenso já bastante arraigado em relação ao caráter ativo da aprendizagem, o que leva a aceitar que esta é fruto de uma construção pessoal, mas na qual não intervem apenas o sujeito que aprende; os outros significativos, os agentes culturais, são peças imprescindíveis para essa construção pessoal". (MARTIN et al, 1999:19)
III – OBJETIVOS:
- Participar e assessorar o processo de elaboração do Projeto Escolar;
- Participar da execução do Projeto Escolar, juntamente com a equipe escolar e o Conselho de Escola, coordenando e avaliando as propostas pedagógicas surgidas; participando da definição de propostas de articulação das diferentes áreas do conhecimento, visando a superação da fragmentação; garantindo a continuidade do processo de construção do conhecimento; estimulando, articulando e avaliando junto com a equipe docente o processo contínuo de avaliação, nas diferentes atividades e componentes curriculares;
- Identificar, junto com a Equipe Escolar, casos de educandos que apresentem necessidades de atendimento diferenciado, orientando decisões que proporcionem encaminhamentos adequados;
- Participar, juntamente com a Equipe Escolar e o Conselho de Escola, da proposição, definição e elaboração de propostas para o processo de formação permanente, assumindo os encaminhamentos de sua competência;
- Garantir os registros do processo pedagógico; além de executar outras atividades correlatas.
Todas estas atividades devem sempre levar em consideração, prioritariamente, os educandos, pois eles são a razão maior de nosso trabalho.

IV – METAS PREVISTAS:
- Fazer com que os professores reflitam e coloquem em prática, em sua ação pedagógica, a concepção construtivista da aprendizagem;
- Levar os professores a interiorizarem e utilizarem o quadro de habilidades na elaboração de suas atividades diárias.

V – AÇÕES A DESENCADEAR:
- Trabalhar com pauta discutida e elaborada coletivamente de acordo com as demandas, destinando tempo para que as pessoas possam refletir sobre o fazer pedagógico, legislação, novas concepções pedagógicas, buscando soluções e aprimoramento do trabalho coletivo;
- Enfatizar o trabalho coletivo através de dinâmicas de grupos e textos atuais;
- Utilizar os materiais e recursos pedagógicos, para que todos tenham conhecimento e acesso ao acervo existente no equipamento;
- Propor estratégias diversificadas através de troca de experiência entre os docentes para que possam estabelecer momentos para o fluxo de ações, fortalecendo a qualidade de ensino e de aprendizagem metodológica;
- Trabalhar com atividades diversificadas em que tanto ensinante quanto aprendente possam superar currículos ultrapassados; possam superar metodologias em que o aluno é sempre o aprendente e o professor é sempre ensinante; possam entender que alfabetização, letramento e leitura do mundo estão vinculados com as necessidades sociais e comunitárias da atualidade.

VI – AVALIAÇÃO:
- Registro das reuniões de HTCPs, citando o material utilizado e as discussões referentes aos temas desenvolvidos;
- Avaliação dos HTCPs a ser realizada pelos professores.

VII – BIBLIOGRAFIA
AZENHA. Maria da Graça. Construtivismo:de Piaget a Maria Ferreiro. São Paulo: Ática, 1.998.
CARRETEIRO, Mario. Construtivismo e Educação. Porto Alegre: Artmed, 1.997.
MANI, Jiron. Construtivismo. São Paulo: Moderna, 1.998.
MARTIN, Elena; MAURA, Teresa; MIRAS, Mariana; ONRUBIA, Javier; SOLE, Isabel; ZABALA, Antoni; COLL, César. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1.999.
ROSA, Sanny S. da. Construtivismo e mudança. São Paulo: Cortez, 1.997.
SEBER, Maria da Gloria. Psicologia do Pré-escolar: Uma visão construtivista. São Paulo: Moderna, 1.997.
VYGOTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. São Paulo: Ícone, 1.998.





































Nenhum comentário:

Postar um comentário